Nas notícias de campo dessa semana, vamos falar de um gigante: o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, o maior parque do Brasil e o maior do mundo em florestas tropicais, com uma área de quase quatro milhões de hectares.
Criado em 2002, no estado do Amapá, na divisa com a Guiana Francesa e o Suriname, essa unidade de conservação é fundamental para conservação de toda biodiversidade amazônica, e, em especial, para a vida dos muitos animais e plantas que ela abriga.
E dentre tantas notícias dessa importante UC, hoje vamos falar do papel dela para as espécies que vivem ali – e que não são poucas: mais de 2.300 plantas e animais vertebrados, como aponta a lista do Observatório de UCs, a qual lidera de longe.
Nas pesquisas realizadas em cinco expedições ao parque nacional entre 2004 e 2006 para elaboração do Plano de Manejo (link para o documento do e), foram registradas incríveis 1.578 espécies de plantas.
Entre os animais vertebrados, registrou-se 366 espécies de aves; 70 de anfíbios, sendo algumas novas descobertas – ou seja, nunca vistas ou estudadas antes; 86 répteis, incluindo três espécies de jacarés, três tartarugas e dois jabutis, além das serpentes e lagartos com pelo menos três espécies desconhecidas. Dentre as mais ameaçadas, às quais a UC oferece abrigo garantindo a sobrevivência e reprodução, estão o tatu-canastra, o cachorro-vinagre, a ariranha e a anta.
Espécie de sapo encontrada o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque (Crédito: Claudio Maretti).
Esses números e dados ficam ainda mais impressionantes se considerarmos que eles foram colhidos em apenas uma pequena amostra do parque, e que, levando em conta a extensão, a diversidade de ecossistemas e o grau de conservação da sua área, ainda há muito mais a ser encontrado e que está sendo protegido.
E é pensando nisso, que o Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque é uma das UCs escolhidas pelo WWF-Brasil para o apoio a projetos de conservação socioambiental. Entre as iniciativas apoiadas e desenvolvidas em parceria com a organização na UC está o projeto Biodiversidade nas Costas, que reúne professores da UNIFAP e educadores dos municípios do entorno do Parque.
* Publicado no Observatório de UCs da WWF Brasil em 25 de março de 2014